Sob fragmentos do céu azul
Ao ritmo infernal acordamos
Mas que inferno é o mundo fora
Ora olhámos para os lados e agora
Tomámos uma das direcções
Não importa qual, todas elas
Vão-nos ensinar as mesmas lições
Ganhar é o dilema de todos
Roubar é a opção dos tortos
De garras afiadas assim saímos
Para que certeiro e fulminante
Seja o golpe à presa do dia
Pois o outro é isso mesmo
Outro, de nada interessa
Nada e para ninguém importa
Importa sim quem dará sangue
Ao vazio e ao carma globalizado
É formato da modernidade
A todo e a qualquer preço
Fazem-nos crer que o perigo
Está para lá das nossas sombras
O desafio é desgrudar de nós mesmos
De nós, do que cremos e acreditamos
Da nossa verdadeira sombra e d’alma
Entregarmos a escravatura moderna
Com purificação, devoção e abnegação
Ditam-nos tudo, e, até algo mais
Até quando podemos respirar
Ou mesmo parar de respirar
O desígnio é tudo entregar
Antes desse mundo pirar
PS: agora lê de baixo para cima.